‘Minha mãe era prostituta e eu continuei a história da família’, Confira Aqui!

 

‘Minha mãe era prostituta e eu continuei a história da família’, Confira Aqui!

Fonte:Redação-d.emtempo.com

Depoimentos de mulheres em Manaus que fazem da prostituição, sustento de vida.

“Estou trabalhando há três meses no ramo. Falta emprego na cidade, tenho  filhos de um ano e três anos e preciso sustentar. Minha mãe era prostituta e eu continuei a história da família. Hoje ela tem 40 anos e não pode mais fazer isso. Minha irmã, que faleceu aos 19 anos, em um acidente de trânsito, também se prostituiu por aqui”.

 Com esse relato, Maria Constatine*, 22, garota de programa na rua Visconde de Mauá, no Centro Histórico de Manaus, no que restou da famosa região do Itamaracá da Belle Époque, abriu sua história para a reportagem do EM TEMPO.

A história de Constantine se confunde com as de outras mulheres do sexo, da localidade, onde avó, mãe, tia e dentre outros familiares, trabalharam por anos, vendendo o corpo para conseguir o sustento.
“Sou divorciada, já trabalhei como garçonete em restaurantes da cidade durante dois anos, mas fui demitida.  Separei-me do pai dos meus filhos, e como minha mãe não pode mais trabalhar por aqui, resolvi tentar a vida e ganhar dinheiro para levar comida para casa. Por dia ganho R$ 50 ou R$ 250. Faço isso por conta da necessidade”, afirmou Constantine. 

Em outro caso, um pouco inusitado, a prostituta Carla Silva*, de 18 anos, revela que entrou no ramo por causa de uma prima, de 23 anos, e vende o seu corpo para ajudar no sustento da família dela.

“Estou há um mês trabalhando aqui em um bar da Rua Visconde de Mauá. Meu marido, de 24 anos, pensa que eu trabalho como doméstica, mas daqui consigo o dinheiro para o sustento da nossa casa. Ele não sabe que eu trabalho por aqui, sou novata na cidade, estou morando na Zona Norte de Manaus”, explica a jovem, que veio recentemente de outro Estado e também trabalha como strepper (dançarina) em uma boate da região.

 Fonte:Redação-d.emtempo.com

 A prostituta Carmelinda Silva, 55, conta que trabalha na região do Itamaracá há 10 anos e está no local porque gosta de sexo.

“Por dia, eu ganho R$ 50. Sustento minha família com o que ganho aqui. Já vi muitas histórias aqui nessa rua, mas digo que isso aqui é minha vida. Tem mulher para todos os gostos, muitos estrangeiros vem aqui, mas eu estou nessa história porque gosto”, revela a mulher mais experiente da Rua Visconde de Mauá. 

Moradoras da Compensa

As amigas e garotas de programa Débora Novaes, 19, e Sarita Aquino, 18, ambas moradoras do bairro Compensa, na Zona Oeste de Manaus afirmam que estão no ramo da prostituição no Centro Histórico, por falta de oportunidade no mercado de trabalho na capital amazonense e também porque gostam de muito sexo.

“Ganhamos de R$ 100 a R$ 500. Tudo depende do movimento, dos clientes e dentre outras situações. Temos filhos e precisamos sustentar a nossa casa. Não temos marido e também temos família”, afirma Aquino, que revelou que as duas não tem familiares que já trabalharam com a profissão do sexo.

Débora Novaes frisou que os programas na região acontecem pela manhã, a tarde e a noite.

“Fico aqui para levar o sustento de casa, mas também gosto do que eu faço. O cliente me leva para um quarto de R$ 15 e nos divertimos”, disse Novaes. 

Aventureira

Com 19 anos, Marcília Ferreira, que chegou em Manaus há um mês e começou a trabalhar como profissional do sexo, por meio, de indicação de uma amiga.

“Sou do Acre. Deixei minha filha sob os cuidados da minha mãe. Preciso de dinheiro e resolvi trabalhar aqui nessa região para conseguir alguma coisa. Eu gosto do que eu faço, não é um vício, mas aqui nós sempre nos divertimos bastante”, ressalta a jovem. 


História 

A região de Itamaracá em Manaus existe desde a Época Áurea da Borracha. Sempre foi utilizado como centro de prostituição na capital amazonense. Ainda resiste aos dias de hoje, em algumas ruas do Centro Histórico de Manaus. Na época colonial, a famosa rua Visconde Mauá ficava atrás da Igreja Matriz, que foi destruída em um incêndio. 

Conforme historiadores, nesse local eram enterradas as crianças que morreram de forma prematura, sem a oportunidade de serem batizadas e por isso consideradas pagãs. O historiador Antônio Loureiro afirma que, na tradição popular, como rezam as lendas, é possível ouvir, de noite, o pedido de ajuda delas ou o choro de suas mães. Seu antigo nome era " Travessa dos Inocentes".

*Os nomes são fictícios para resguardar a identidade das fontes. 

Fonte:THIAGO MONTEIRO - d.emtempo.com

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